Temos reiterado aqui no Temas Preferidos o quanto tratar da saúde mental é importante, imprescindível para o autoconhecimento e qualidade de vida. Hoje, há muitas formas de buscar esse tipo de auxílio e os profissionais estão cada vez mais qualificados e capacitados. E você sabe o que é Acompanhamento Terapêutico (AT) ? A figura do acompanhante terapêutico tem sido mais difundida e comentada neste momento a partir da estreia da série Casão - Num Jogo Sem Regras, que mostra a vida do ex-jogador de futebol Walter Casagrande e sua intensa jornada de luta contra o vício em drogas. No documentário disponível na plataforma de streaming Globoplay, ele fala de seu envolvimento com as drogas e de como o AT o ajudou a sair vencedor desta batalha.
Trata-se do profissional especializado no
atendimento fora do consultório, o que se caracteriza no grande diferencial. Esse perfil de atendimento confere
assistência mais próxima do paciente e a intervenção ou avaliação em ambientes diferentes, quando comparada a atendimento convencional, que se dá dentro dos consultórios. Nesta modalidade, as estratégias usadas são várias desde interações em ambientes sociais (shopping, parques, baladas) até o acompanhamento no dia-a-dia do paciente em sua casa.
Quem explica esse processo é o psicólogo Filipe Colombini, diretor da Equipe AT, especializada em Acompanhamento Terapêutico. De acordo com ele, é importante entender esse profissional como uma pessoa capaz de ajudar a produzir cada vez mais instantes de autoconhecimento, mantendo a perseverança, o engajamento e sobretudo a fé em si mesmo. Segundo Colombini, isso é essencial independente do objetivo da terapia, mas especialmente quando se lida com um vício.
Segundo Casagrande, esse auxílio dos ATs foi essencial no caminho de ressocialização e de sua recuperação. O autoconhecimento proporcionado com o AT permitiu que Casagrande conseguisse identificar melhor quais situações, padrões ou ambientes o levavam a usar e a pensar em drogas.
Na série, ele relata em quatro capítulos os detalhes de sua vida e trajetória como dependente químico, detalhando episódios de overdoses e a luta diária contra o vício. O telespectador vai se emocionar especialmente no momento em que Casagrande chora ao recordar que a final da Copa de 2018 foi seu primeiro mundial "totalmente limpo".
No entanto, a estrada tem altos e baixos e não foi diferente com o ex-jogador. Até conquistar a sobriedade, ele teve momentos de aprendizados e recaídas. Assim, para o psicólogo, o sucesso do tratamento está ligado ao entendimento dos ciclos e de aprender com cada erro. E é neste ponto que o AT tem resultados consistentes justamente por estar próximo ao paciente. “Com a presença do psicólogo no ambiente do paciente, é possível observar relações interpessoais e elementos da rotina; com isso, muitas vezes, o tratamento acaba sendo mais focado e assertivo”, explica Colombini.
Segundo o psicólogo, pode-se ver essa mudança como uma espiral, com seus altos e baixos. Uma piora, diz, não quer dizer que ele voltou ao fundo do poço, pode fazer parte do processo.
O atendimento de AT permite muita flexibilidade e variabilidade de situações. Casagrande, por exemplo, relata que, durante seu tratamento, gostava de sair com seus ATs, indo ao cinema ou em jantares, aproveitando para fazer sua terapia durante os passeios. Além disso, o comentarista já afirmou que uma das vantagens do AT é poder ter uma companhia segura em momentos em que está sozinho e vulnerável.
Mais sobre a Equipe AT: A Equipe AT Acompanhamento Terapêutico & Serviços de Psicologia surgiu a partir da necessidade do psicólogo Filipe Colombini (CRP 06/93622) de unir profissionais autônomos interessados no atendimento em ambiente natural, junto com a inquietação de não limitar as intervenções dentro do consultório, buscando o desenvolvimento, manutenção e ampliação das habilidades para o dia a dia/rotina das pessoas. A partir dos seus 14 anos de experiência como AT, dos estudos da Análise do Comportamento, Terapia Comportamental e Psicologia da Educação; da riqueza de possibilidades de intervenção no mundo afora… a necessidade de criar uma equipe se mostrou urgente e bastante gratificante!
Além de todos esses aspectos, circular e utilizar a própria cidade como uma estratégia de avaliação/intervenção é uma motivação e um ponto de partida para inúmeras pesquisas relacionadas à reabilitação e ressocialização.
Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Atendimento Terapêutico que atua em São Paulo(SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas - Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.