VITAMINA D: O CAMINHO PODE ESTAR NO PRATO

Com a impossibilidade de exposição ao sol por causa da pandemia do coronavírus, nutricionista dá dicas de alimentação para obter a vitamina D

A deficiência da vitamina D é uma das questões mais debatidas quando se trata de saúde na pandemia do coronavírus. O isolamento social, a impossibilidade de andar nas ruas e consequentemente estar exposto à luz do sol, intensificou o debate acerca desta condição. Afinal de contas, a vitamina D é essencial para o organismo humano e pesquisas apontaram que pessoas mais suscetíveis a complicações pela Covid-19 mostraram deficiência de vitamina D, hormônio produzido pelo próprio corpo a partir da exposição ao sol e que não precisa de alimentação para ser obtida. 

Mas, embora a melhor maneira de conseguir esta vitamina seja com a exposição à luz do sol, ainda existe quem não possa fazer isso devido ao isolamento social. Então, o nutricionista Nelson Justino explica como é possível obter a vitamina D a partir da alimentação.

Por ser lipossolúvel, quando adquirida por meio de comidas, é necessário haver gorduras para ser absorvida no intestino. Segundo o nutricionista, alimentos ricos em vitamina D são peixes (sardinha, tilápia e até óleo de fígado de peixe) e frutos do mar de um modo geral, como ostra, camarão, lagosta e também pode ser encontrada na gema do ovo, leites e derivados. 

“Esses são os alimentos, pelo menos da nossa cultura, mais ricos, principalmente os queijos gordurosos, que têm quantidade maior de vitamina D, como mussarela, manteiga e reino. Os queijos magros não têm tanta”, diz. Entre os benefícios dela, Nelson aponta a captação de cálcio e fósforo, importantes na calcificação dos ossos e dentes, prevenindo contra osteoporose e cáries, por exemplo - e também melhora o sistema imunológico. 

“A vitamina D também está relacionada com a redução da inflamação no organismo e prevenção de algumas doenças, como câncer, diabetes, hipertensão, obesidade”, assinala. Outras complicações possíveis devido a deficiência dela são, por exemplo, deformações dentárias, osteopenia, risco de fratura óssea, aumento de infecções, testosterona baixa e impotência sexual. 

A quantidade necessária de vitamina D sempre varia conforme idade, sexo e o estado fisiológico de cada pessoa, como atletas ou grávidas e lactantes. “Mas, de modo geral, é interessante que a quantidade seja em torno de 600 a 1000Ui (unidades internacionais) por dia”, apresenta Nelson. E quando seria interessante suplementar? Quando não puder ser obtida a partir da alimentação ou exposição solar – que pode ser de 90 a 120 minutos por semana. 

A quantidade a ser suplementada dependerá também de outros fatores, como o seu estado no indivíduo, ou se ele faz atividade física, entre outras situações. “De modo geral, a gente pede que caso seja suplementada, que seja em torno de 2 mil a 5 mil ao dia. Mas, isso é muito variável. Cada situação é uma situação”, reforça o nutricionista.