VAMOS FALAR SOBRE AUTO-EMPATIA E AUTOCOMPAIXÃO?

A luta da mulher pela igualdade de direitos e valorização é uma proposta cada vez mais debatida, uma busca constante que tem apresentado resultados inspiradores. Mas, o que fazer com aquilo que não é tão bom assim, quando não estamos cem por cento conosco, quando nos sentimos culpadas em mostrar nossa vulnerabilidade? Não há problema nisso! A relações públicas Vivian Laube vem desenvolvendo um trabalho baseado no autoconhecimento e na auto-empatia para mostrar justamente que não é erro, nem pecado, pedir e ganhar um colo. Isso pode nos fazer ainda mais fortes.

Assim, Vivian está percorrendo entidades ou instituições para ministrar a palestra Vamos Falar Sobre Auto-empatia e Auto-compaixão? que ganha ênfase neste Mês da Mulher, com isso, ela deve atingir um universo de quase 600 mulheres neste mês, de operárias a gestoras de empresas, das mais variadas idades. “Quando pensei em fazer uma palestra especial para o mês da mulher, decidi que não gostaria de falar de temas que ressaltassem o que temos de bom, porque isso já sabemos, mas sim, o que fazer com aquilo que não é tão bom assim e que precisamos acolher e ressignificar. Percebo que a carga sobre as mulheres já está grande demais para ainda cobrarmos que sejam poderosas, lindas, malhadas e felizes. E que precisamos falar mais sobre a vontade que muitas vezes temos de mostrar nossas vulnerabilidades, e ser quem realmente somos”, diz Vivian, que está à frente da LF Comunicação Integrada.

A palestra enfatiza, de acordo com ela, os conceitos de empatia e compaixão, para chegar na auto-empatia e na autocompaixão. Assim, ela propõe um olhar para si mesma, chamando atenção para o que é fato e o que é a história contada diante do espelho, sempre carregada de julgamento, tanto sobre si própria quanto sobre o outro. “O 'conceito de si' que criamos a partir do autojulgamento, confundindo pensamentos com realidade, e que muitas vezes nos leva a uma conclusão negativa sobre nós mesmas: eu não sou boa o suficiente, eu não mereço ser feliz. Trago para reflexão temas como vulnerabilidade, vergonha, culpa e sobre assumirmos nossa responsabilidade pelos nossos atos. E por fim, sobre perdão, autoperdão e gratidão”, diz Vivian, que vem estudando e falando sobre comunicação não violenta, empatia, compaixão, e cada vez mais percebendo a importância de se estar bem consigo para estar bem com o outro.

Vivian chama a atenção para o fato de que, em alguns ambientes, principalmente no profissional, as mulheres são extremamente exigidas e dificilmente podem mostrar suas fragilidades. Isso, diz, as coloca numa posição de stress e ansiedade muito fortes, e acaba por adoecê-las.  A pesquisadora americana Brene Brown, sinaliza a palestrante, ensina que é preciso muita coragem para mostrarmos quem somos de verdade, e que isso acontece quando assumimos nossa vulnerabilidade. “Quando erramos, nos sentimos culpados, e isso não é um problema, pois a culpa é sobre algo que fizemos errado, e podemos aprender e fazer de outro modo. Quando sentimos vergonha, nos desconectamos de quem somos, e passamos a nos ver como alguém que não dá certo, que faz tudo errado. A vergonha nos adoece. E ela só acaba quando conseguimos falar sobre o que nos envergonha, e isso é ser vulnerável”, acrescenta Vivian.