SE ME AJUDA, FICA! SE ATRAPALHA, SEGUE! BARBARIDADE!

A história de vida que é pura inspiração e mostra que seguir o coração pode ser o melhor caminho!

Por César Silva*

Marcinha desbravou o silêncio com a frase que dá título a este texto! Estava incomodada com a dificuldade em mudar das pessoas. Ela tinha ideias que iam desde o mais simples prego torto pintado de roxo até o arranha-céu estonteante. Era uma inovadora!

Muitos a chamavam de sonhadora e perguntavam onde aquela menina iria parar. Muitos diziam que seria na Lua, outros no Sol e, os mais requintados: vai ser estilista. Essa tem jeito de artista! Naquela cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul ninguém a criticava, mas a incentivava sempre! Só que muitos não a entendiam!

A educação pública era excelente e a comunidade estava sempre perto acompanhando alunos e professores. Muitas ideias que em outros municípios eram um certo tabu, lá era como mel para as abelhas. Era uma cidade com a criatividade no sangue, pois alguns artistas no estado tinham nascido lá. A cultura era forte!

Ela era estudiosa desde pequena, adorava ler,  pintar, tocar, fazer esportes, nunca ficava parada para nada e tinha um temperamento muito forte! Era positiva e "pisava firme no chão". Seus pais eram de classe média e nunca deixaram de incentivar Marcinha. Seu pai dizia: testa de tudo e faz o que gosta!

Essa frase estava impregnada no seu sangue! Era como um combustível a criatividade, empreendedorismo e cultura. Para ela a vida era muito mais do que o trabalho, e sempre dizia, a quem quisesse ouvir: vou ser artista e não vou trabalhar nunca, porque amo isso tudo!

Mas Marcinha tinha um problema. Muito sério! Não sabia como fazer as pessoas mudarem para ela ser entendida. Muitas vezes teve que repetir umas trinta vezes a mesma história para seus colegas entenderem onde ela queria chegar. Ficava muito incomodada!

Ela estava com quase 18 anos e sabia que sua história recém tinha iniciado. Não seria fácil e também não seria tão difícil como no passado, apesar do preconceito ainda estar presente nos arredores.

Apesar da idade ela tomou uma decisão muito madura: não iria permitir que a sua essência como artista fosse impregnada com exigências descabidas e adequações interesseiras. Prometeu a si mesma que nunca se corromperia! Mas sabia que precisava se adaptar a uma nova realidade!

Com 18 anos ela havia passado no vestibular da Universidade Federal pública na capital, Porto Alegre. Ela se mudaria. Resolveu buscar colegas e conhecidos e foram alugar um apartamento.

As aulas haviam iniciado e o espírito de Marcinha estava intocado, pronto para voar com os conhecimentos adquiridos. Ela aceitava aprender, desde que agregasse técnica a sua arte. O tempo passou, as contas foram aumentando e ela precisou buscar recursos para se manter.

Num primeiro momento ela pensou em trabalhar em um emprego tradicional, mas os horários da Universidade não permitiam. Eram muito variados. Ela precisava de algo flexível. Estava passeando pela Internet e se deparou com cursos gratuitos na área de Marketing Digital e Design.

Ela pensou: -escrevo bem, crio ideias belas e únicas, tenho minha criatividade e sempre quis fazer a diferença. Estudou a fundo o assunto, fez vários cursos e gastou o que não tinha parcelado no cartão de crédito, mas continuou acreditando no seu potencial.

Começou a procurar trabalho e encontrou vários "freelas" com os conhecidos e com algumas empresas em volta. Ela acreditava tanto na sua arte que fez fama! E o curso na Universidade foi andando.

Ela se formou, consegui amealhar um bom dinheiro com seus trabalhos e constituiu uma marca para desenvolver a sua arte. O público foi cativado pelo que chamavam de "originalidade pura" nas suas obras. Eram textos, pinturas, músicas, roupas e sapatos com uma assinatura única, singular.

Aos 30 anos Marcinha fora consultada por uma empresa Européia. Queriam comprar a marca dela e incorporá-la a equipe. Só haviam duas condições: se mudar para Paris e trabalhar de forma dedicada.

Aquela proposta mexeu demais com ela! Sendo corajosa, respondeu a empresa: quero uma reunião com o presidente da companhia antes de responder. Ela acreditava que seu talento era único e que tinha força para propor isso. E foi atendida!

No dia marcado, foi a Paris, se encontrar com o chefão! Menina simples mas estilosa, não mudou em nada seu vestir e seu jeito para impressionar ninguém. Se encontraram e conversaram longamente a respeito da proposta, como se longos amigos fossem, já que eram dois talentos criativos a se respeitar.

O presidente, no alto da sua sabedori,a fez uma pergunta a Marcinha:

- Se eu lhe pedir para mudar seu estilo conforme a marca, você faria isso? E ela respondeu calmamente:

- Sabe meu querido, o que me trouxe até aqui foi minha convicção e talento. Gostaria de um parceiro para expandir meus ideais pelo mundo. Então é o seguinte: se me ajuda, fica! Se me atrapalha, segue! Falou na maior calma!

E seu futuro parceiro respondeu com a maior tranquilidade: encontrei minha substituta! Já testei de tudo, mas prefiro quem faz o que gosta e acredita de corpo e alma!! Não é a toa que ele estava onde estava...

E Marcinha se lembrou de seu pai e agradeceu por ser quem é e por terem acreditado no seu potencial! Bonjour Mounsieur! Se é para o bem da nação, digo que fico!!!!!!!

César Silva é Mentor de Negócios, Consultor, Professor, Palestrante e Escritor - CEO @cesarsilvasimplesmente