ÓLEOS ESSENCIAIS: GOTAS DE BEM-ESTAR A FAVOR DA SAÚDE

Aromaterapeuta fala dos benefícios das substâncias e alerta para a importância da segurança na hora de usar e de adquirir

Você já deve ter ouvido falar nos óleos essenciais, não é mesmo? Mas, você sabe para que servem e como podem ser utilizados em benefício da saúde e do bem-estar? Pois bem, o uso dos óleos essenciais é uma prática cada vez mais difundida e utilizada, inclusive, como terapia complementar aos tratamentos convencionais. Quem nos explica é a aromaterapeuta Suzane Favretto, ela fala dos inúmeros benefícios do uso desses óleos e também faz um alerta sobre a forma mais segura de não somente utilizá-los como também de adquiri-los.

De acordo com ela, os óleos essenciais são prevalentes em várias culturas há mais de mil anos, sendo um composto volátil, aromático, encontrado em folhas, caule, frutos, cascas, raízes, resinas e sementes de vários tipos de plantas. “Sua natureza une aroma e volatilidade e por mais que tenha o nome de óleo essencial, não é uma substância oleosa. É importante colocar que ele só se torna essa substância depois de serem extraídos das plantas, através da destilação, na maioria das vezes a vapor e prensagem a frio. Ao extrair, utilizamos suas propriedades para fins terapêuticos”, diz a aromaterapeuta.

A aromaterapia, nesse caso o uso de óleos essenciais, pode ser usada por todos, mas existem alguns pontos importantes: bêbes, crianças e idosos precisam de dosagens adequadas. Gestantes e lactantes não podem usar alguns óleos com composições químicas específicas. Pessoas com uso controlado de medicamentos precisam de análises individuais, por conta das possíveis interações.

Existem centenas de espécies de plantas aromáticas com óleos essenciais já reconhecidas no mundo, selecionadas por famílias. Para melhor entender o que eles podem fazer por nós, diz Suzane, basta entender como eles ajudam sua própria planta a desenvolver-se no seu ambiente. “Por exemplo, a melaleuca alternifólia é uma pequena árvore que cresce em ambientes úmidos e quentes, perfeito para fungos e bactérias. Ela precisa desenvolver um forte sistema imunológico interno para sobreviver e se desenvolver neste clima e uma vez que somos semelhantes às plantas, o óleo essencial extraído dessa planta oferece benefícios compatíveis e benéficos também para os nossos sistemas. O nosso corpo reconhece e metaboliza com naturalidade os componentes do óleo essencial”, explica.

Como eles são aplicados? Como usar?

Segundo Suzane, há três formas amplas de uso dos óleos essenciais: aromática, tópica e interna e cada método afeta o corpo e suas numerosas camadas de formas diferentes.

A primeira e mais conhecida forma de uso é a aromática, pode ser na inalação direta, pingando na mão ou no próprio frasco. “Na inalação, temos os difusores de ambientes que se popularizaram muito nos últimos anos, porém vale salientar que não é qualquer difusor que entrega os benefícios terapêuticos dos óleos para o ambiente, ele precisa ser ultrassônico e a base de água e adequado para o tamanho do espaço”, diz. Há, também, difusores pessoais, tipo pingente, com um orifício no qual se coloca um algodão e pinga-se óleo essencial, desse modo, a pessoa absorve o aroma durante o uso.

O uso na pele também é uma das formas mais exploradas, principalmente na área da estética. Suzane afirma que muitas pessoas optam por usar cosméticos inteligentes, que são produtos à base de óleos essenciais e que não só tratam da pele, mas também dos causadores (quase sempre emocional). “O uso tópico se dá de diversas outras formas também, como aplicação direta na dor, uso em massagens, compressas, escalda-pés e banho e assento. Importante informar que o uso desta forma precisa ser diluída (normalmente em óleo vegetal) para cada problema exige uma diluição adequada e por isso a importância de buscar por um aromaterapeuta profissional e que te oriente de forma adequada”, comenta.

Outra forma de uso e às vezes polêmica é a ingestão. Ela é considerada uma das vias de absorção, mas precisa sim de cautela e orientação, por isso é fundamental procurar um profissional da aromaterapia, seguir diretrizes de dosagens apropriadas e seguras, pois assim como a via olfatória e tópica, ela entrega os benefícios para todos os órgãos e sistemas do corpo, incluindo o cérebro. “Podemos ingerir através de cápsulas gelatinosas ou vegetarianas, gotinhas sublinguais, em um chá, em uma comida, ou em água”, salienta a aromaterapeuta, lembrando que ele não dilui em líquidos, então perde-se parte das substâncias quando usados em bebidas. Importante comentar que nem todos os óleos essenciais podem ser ingeridos. Ter certeza da qualidade é fundamental.

Segurança

Infelizmente a regulamentação e os padrões são mínimos, segundo Suzane, o que deixa margem para muita adulteração, porque nem sempre o que os rótulos indicam é de fato o que se encontra no frasco. Sinalizar que é natural, diz ela, 100 % puro ou orgânico não garante a composição química original da planta e o seu grau terapêutico. A cromatografia traz dados, mas não garante que ele é puro, genuíno, autêntico e potente. Muitos fatores podem variar a química natural de um óleo essencial: solo, cultivo, extração, ou de produtos químicos. Muitos testes laboratoriais são necessários e eles são caríssimos e poucas empresas conseguem entregar isso em todos os lotes, e por isso deve-se esperar também pagar por preços mais altos. “Por isso, investigue a empresa, veja como ela consegue entregar essa certeza para os seus clientes. Se tratando de saúde, qualidade é essencial”, pontua a aromaterapeuta.