NOVO LIVRO DE MARTHA MEDEIROS CONVIDA À REFLEXÃO A PARTIR DE IMPRESSÕES SOBRE FILMES

Por Aline de Melo Pires*

Em algumas semanas, conheceremos os ganhadores do maior prêmio do cinema, o Oscar, em 7 de fevereiro. Há quem esteja maratonando os indicados para chegar à grande noite com a torcida e as opiniões em dia. Mas, também dá para seguir mergulhado no mundo da grande tela e, ao mesmo tempo, da literatura. Por aqui, enquanto tentamos acompanhar as exibições dos concorrentes, relembramos títulos que já estiveram em cartaz pelo olhar bem peculiar de uma das maiores cronistas brasileiras. Martha Medeiros acaba de lançar Comigo No Cinema - Reflexões Depois do The End (R$ 44,90 - físico | R$ 34,90 - ebook), livro que sai pela L&PM Editores, que gentilmente nos enviou um exemplar. 

O título do livro pode enganar. Cuidado. Não espere críticas profundas a respeito dos filmes, dicas recheadas de análises técnicas, etc. O que a Martha Medeiros apresenta em sua mais recente reunião de textos, que tem orelha assinada por Malu Mader, é muito melhor que isso. São reflexões acerca das mensagens que os filmes passam, nos instigam a mergulhar no que vemos na tela e, em alguns momentos, até discordando da autora, o que pode ser um processo muito interessante.

Obviamente, será difícil encontrar quem tenha assistido a todos os filmes citados por Martha, e aí ficam as dicas para assisti-los. Quem já viu, vai relembrar e quem sabe buscar rever e descobrir novos olhares, novas reflexões. Literatura e cinema servem para isso também: renovar, refrescar nossas impressões sobre o que já conhecemos e, a partir de então, nos reconhecermos.

Pessoalmente, gostei de reler o texto sobre o filme Encontros e Desencontros, de 2003, dirigido por Sofia Coppola, obra que sempre me comove, desde o dia em que assisti no cinema. Uma história que toca fundo ao falar de solidão, afeto, empatia. Tá lá a partir da página 167. As Pontes de Madison, de 1995, dirigido por Clint Eastwood, em uma das melhores histórias com a atuação de Meryl Streep no cinema, também está lá, no texto da página 133, e com algumas referências em outros textos do livro.

E tem muito, muito mais, nas quase 230 páginas que a gente nem sente passar. E tudo bem voltar até onde quiser e começar tudo de novo. Recomendo a leitura, caso você aprecie um bom texto e claro, um bom filme.

*Jornalista e editora do Temas Preferidos