INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NÃO É, NEM PRECISA SER, UM BICHO-DE-SETE-CABEÇAS

Empresário falou sobre a tecnologia durante evento da ACI, em Novo Hamburgo

Ouvir falar em Inteligência Artificial ainda provoca mais do que dúvidas em muitas pessoas: há quem a veja como ameça, especialmente no que se refere ao mercado de trabalho visando redução de postos. É verdade que ela chegou para revolucionar, provocando transformações na maneira de trabalhar e de fechar negócios. Mas, não há motivo para pânico.

Este foi o recado do CEO da Cigam, fundador e conselheiro da Aceleradora Ventiur e vice-presidente de Inovação e Tecnologia da ACI, Robson Oscar Klein, durante o Prato Principal, evento mensal promovido pela ACI/NH-CB-EV, no Swan Hotel, em Novo Hamburgo, nesta quinta-feira, 27.

De acordo com Klein, a Inteligência Artificial é uma revolução como outras que já ocorreram e oferece muitas possibilidades para profissionais e empresas. O importante é que estejam preparados não somente para lidar com as mudanças como para a implementarem de maneira responsável e ética.

E o empresário colocou em prática a teoria sobre a qual falava, usando uma apresentação feita justamente por inteligência artificial. Em poucos minutos, com imagens, Robinson disse que a IA teve um salto quântico inimaginável nas últimas semanas, mas sua origem remonta a 1950, quando Alan Turing publicou um artigo histórico no qual especulava sobre a possibilidade de criar máquinas que pensam. “Não é, portanto, algo novo, mas causa espanto por ser acessível, grátis e ter impensáveis capacidades”, acrescentou.

Conforme Klein, a IA amplia de tal forma o acesso ao conhecimento que até mesmo a frase de Sócrates, dita em 400 a.C, “Só sei que nada sei, e o fato de saber isso me coloca em vantagem em relação àqueles que acham que sabem alguma coisa” precisa ser atualizada para “Só sei que nada sabia. E o fato de saber isto me coloca em vantagem sobre aqueles que não querem inovar”.

A IA requer mudança de mindset e, no novo mundo, cada pessoa pode aprender a criar coisas novas todos os dias, auxiliando a curva de desenvolvimento tecnológico. “O que interessa, agora, não é mais a resposta. É a capacidade de fazer as perguntas certas, pois as respostas estão em todos os lugares e podem ser obtidas por meio da inteligência artificial”, explicou Klein.

Como funciona
Inteligência artificial são sistemas computacionais que realizam tarefas que normalmente exigiriam inteligência humana, em diferentes áreas e setores, como assistentes virtuais, carros autônomos e reconhecimento facial, entre outros. O Generative Pre-trained Transformer (Transformador pré-treinado generativo) é um modelo de IA que utiliza redes neurais artificiais baseadas na arquitetura Transformer para gerar texto de forma autônoma.

O Chat GPT, lançado em novembro de 2022, deu maior visibilidade à inteligência artificial, tendo alcançando mais de 100 milhões de usuários em apenas dois meses. Mas já foi superado por uma novidade ainda mais poderosa: o AutoGPT, que, ao contrário do GPT, pode operar sem a interferência humana. Coleta informações na internet e elabora estratégias para alcançar os objetivos definidos. Pode ser usado para diversas finalidades, como atendimento ao cliente, marketing, investimento em ações, geração de conteúdo e muito mais.

Apesar dos grandes avanços, conforme Klein, há muitos desafios para a IA, como regulamentação e risco de ataques cibernéticos. Além disso, ela vai acabar com muitos empregos (e gerar outros melhores), profissões serão extintas (e novas serão criadas) e a educação terá que mudar de novo, como ocorreu com a calculadora, a internet, o Google e os smartphones.

Nos últimos 30 dias, segundo o palestrante do Prato Principal, foram lançadas mais de 2 mil novas IAs, o que indica que novas possibilidades vão surgir, como a automação, que vai simplificar trabalhos repetitivos e liberar tempo para atividades mais importantes e criativas.

Dicas do palestrante

- A IA apresenta muitas possibilidades e oportunidades a negócios e profissionais, mas também traz consigo alguns riscos e desafios.
- É importante que as empresas e os profissionais estejam preparados para lidar com essas mudanças e implementem a IA de forma responsável e ética.
- O futuro é promissor para aqueles que souberem aproveitar as oportunidades apresentadas pela IA.