GORDURA NO FÍGADO: SAIBA O QUE PODE CAUSAR E QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DESTA DOENÇA

A esteatose hepática pode ser silenciosa e se instala a partir de consumo errado de alimentos e falta de atividade física

Sabemos que uma vida saudável, com bons hábitos alimentares, prática de exercícios e uma mente ativa, é o caminho da prevenção para doenças. Algumas se manifestam, dão alerta, e, muitas vezes, é só aí que se começa o processo de cura e tratamento. Mas, existem aquelas doenças silenciosas, que se instalam sem dar sinal, quase sem sintomas e, quando se vê a complicação já existe. A esteatose hepática é um exemplo, ou mais popularmente conhecida gordura no fígado. A ocorrência desta doença pode gerar uma série de problemas, sendo os mais graves cirrose e câncer. A boa notícia é que você pode prevenir a gordura no fígado mantendo hábitos saudáveis, como os citados no começo deste texto. Conversamos com a médica endocrinologista Juliana Garcia Dias para entender um pouco melhor como essa doença ocorre e quais são os caminhos para recuperar a saúde. Mas, primeiro, você sabe para que serve o fígado e por que é tão importante que ele funcione bem? Ele atua na digestão, armazenamento de vitaminas, metabolismo glicídico, produção de proteínas, coagulação sanguínea, metabolização de substâncias para nosso organismo ( como álcool e medicamentos, por exemplo) Sendo vital para manutenção da saude e da vida. 

A esteatose hepática, diz ela, é o acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado denominadas hepatócitos. Caso não haja controle, pode evoluir para a esteotoepatite. "Nessa fase, a esteatose se associa a inflamação e morte celular, fibrose (cicatrização) e tem maior potencial de progressão, ao longo dos anos, para cirrose e para o carcinoma hepatocelular (CHC) ou câncer de fígado. Atualmente, em alguns países tem sido uma das principais causas de transplante hepático", alerta Juliana, membro titular da Sociedade Brasileira em Endocrinologia e Metabologia e também do Endocrine Society. 

A gordura no fígado, prossegue Juliana, ocorre principalmente por acúmulo de gordura visceral, abdominal. Dentre as principais causa primárias relacionadas estão: 

  • Obesidade e sobrepeso com obesidade central
  • Diabetes mellitus
  • Dislipidemia (aumento do colesterol e/ou triglicérides)
  • Síndrome Metabólica

Diagnóstico

Como se trata de uma doença, na maioria das vezes, silenciosa, a esteatose hepática é diagnosticada mediante exames de rotina. Daí a importância de manter o check up em dia e procurar o médico diante de qualquer alteração, por menor que for. Para ajudar no diagnóstico, o médico se utiliza de métodos como exames de imagem, de sangue e físicos.
Mas não é somente o fígado o prejudicado com a esteatose. Depois de atingir este órgão, a doença tem forte relação com desenvolvimento de aumento de colesterol e resistência insuliínica e dessa forma aumentando risco cardiovascular. Por isso, o coração também está na alça de mira. 

Após o diagnóstico, felizmente, o tratamento, na maioria das vezes, é a perda de peso e a mudança do estilo de vida. "Alguma medicações e vitaminas podem ser associadas, em alguns casos", diz a médica.
Então, o melhor mesmo é manter uma vida com qualidade! Procure um médico e busque orientação para desenvolver bons hábitos e prevenir doenças que podem ser evitadas com atitudes bem simples e prazerosas. Para começar, Juliana dá aqui algumas dicas básicas:

  • gorduras poli insaturadas , evitando gordura trans e gordura saturada ( presente em guloseimas industrializadas, queijo amarelo e carne vermelha)
  • evitar álcool
  • evitar refrigerante
  • evitar açúcar e industrializados
  • inserir probióticos, que sao bacterias boas para a microbiota intestinal. 
  • frutas: preferir as com casas, associar fibras ao seu consumo como farelo de aveia e linhaça
  • a atividade física tem papel de controlar o peso, estimular o metabolismo e a massa magra. 
  • associar aerobico com exercicios resistidos pelo menos 150minutos por semana tem valor nessa melhora