EXERCÍCIOS FÍSICOS E ALIMENTAÇÃO ADEQUADA: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL

Palestra na Sociedade Ginástica Novo Hamburgo reuniu atletas e praticantes de atividade física para ouvir a nutricionista Fernanda Ody

Associados da Sociedade Ginástica Novo Hamburgo (SGNH) conferiram na noite dessa quarta-feira, 09 de março, palestra sobre a relação entre exercícios físicos e alimentação adequada. O encontro, que foi conduzido pela nutricionista Fernanda Ody, especialista em Nutrição Esportiva e Clínica, deixa lições a serem introduzidas e executadas na rotina de todo aquele que se preocupa com a saúde e qualidade de vida, unindo uma alimentação saudável e prática de atividades físicas.

De acordo com Fernanda, é importante que a prática de exercícios físicos e alimentação adequada seja resultado de uma harmonia que não é impossível. Essa associação leva a melhores resultados em um sentido bem amplo como mudanças de composição corporal, rendimento, bem estar durante a prática de exercícios, saúde como um todo, imunidade, recuperação pós-exercício, prevenção de doenças ou deficiências causadas por má-alimentação ou alimentação desbalanceada.

EXERCÍCIOS FÍSICOS E ALIMENTAÇÃO ADEQUADA: EQUAÇÃO DE DÚVIDAS

Ela comenta que as dúvidas em relação à alimentação são muitas e que o bombardeio de informações, na maioria das vezes, pode deixar o paciente mais confuso ou mesmo levar a equívocos. “As dúvidas vão desde o consumo de alimentos tradicionais, como frutas, pães, leite até, e em especial por quem pratica exercícios físicos, em relação à suplementação: se deve ser utilizada, qual, quantidade, momento, se traz benefícios ou malefícios à saúde”, diz a nutricionista.

Ela reforça a importância da relação entre exercícios físicos e alimentação adequada porque somente a introdução da atividade física pode não ser efetiva para a redução de peso pois, apesar de necessária para o processo, se não forem feitas mudanças na alimentação, no sentido de qualidade, quantidade e estrutura da alimentação como um todo, pode não ocorrer a redução de peso. “É muito comum, por exemplo, associar a prática de exercícios com alimentação bastante restritiva, ou com períodos de jejum, ou excessiva redução de carboidratos, e ao invés de promover redução de gordura corporal o indivíduo acaba por reduzir massa magra, logo, não seria uma redução de peso de qualidade”, frisa Fernanda.

O processo de redução de peso não contempla somente a redução de calorias da dieta, assim como pular refeições com a intenção de comer menos ao final do dia também não será efetivo. A dieta precisa, além da restrição energética, estar adequada em macro e micronutrientes pois muitos deles são necessários ou importantes no processo, como Vitamina C, Cálcio, gorduras monoinsaturadas e ômega 3, por exemplo. Logo, não é simplesmente reduzir drasticamente consumo de energia que irá promover uma redução de peso de qualidade e efetiva a longo prazo.

EXERCÍCIOS FÍSICOS E ALIMENTAÇÃO ADEQUADA COMO FONTE DE PRAZER

Fernanda ressalta que, na relação exercícios físicos e alimentação adequada não é necessário, nem ideal, sentir fome ou não sentir prazer quando se busca uma alimentação de qualidade e para redução de peso. “Algumas pessoas podem ter algum tipo de dificuldade no início do processo, dependendo da alimentação anterior, mas a tendência é ir se habituando com as mudanças e até gostando delas”, comenta. Existem hormônios, continua ela, que nos sinalizam saciedade e eles são liberados justamente quando comemos, então esse seria um dos fatores para nos alimentarmos mais seguidamente, mas em menores quantidades.

Outro equívoco que as pessoas cometem quando pensam em estabelecer uma sintonia entre a prática de exercícios físicos e alimentação adequada, segundo a nutricionista, é que, em geral, as dietas de redução de peso sem orientação costumam ser radicais e muito restritas. Assim, pode haver corte de grupos de alimentos a fim de se buscar resultados rápidos. Geralmente são difíceis de serem seguidas a longo prazo, inadequadas do ponto de vista nutricional e não promovem mudanças efetivas, logo a tendência é recuperar o peso após terminar o processo. “Na reeducação alimentar a ideia é promover mudanças efetivas, a longo prazo, tanto em qualidade quanto em quantidade, a fim de manter o peso perdido no longo prazo”, conclui.