ENGORDEI NA QUARENTENA, E AGORA?

Nutróloga dá dicas para ajudar a recuperar a forma por meio de uma alimentação mais balanceada

Sabemos que o aumento de peso está ligado ao risco de doenças graves e uma alimentação desequilibrada, cheia de excessos, leva aos temidos "quilos a mais" que não dizem respeito a estética, mas principalmente à saúde.

Também sabemos que muitas pessoas acabaram saindo do peso que até então consideraram padrão durante a quarentena e agora precisam lidar com uma situação nova, em que a falta ou diminuição de atividades físicas junto a uma ingestão maior de calorias levou à mudança nas medidas. “Tanto o isolamento, quanto as incertezas relacionadas ao futuro, levaram ao aumento da ansiedade da população em geral. Tal ansiedade tende a ser amenizada pelo consumo de alimentos mais calóricos e reconfortantes e, por isso, houve uma tendência ao ganho de peso”, explica a nutróloga Telma Sígolo.

Agora, diz, o foco deve ser a perda dos quilos extras, mas sem dietas "milagrosas" que podem comprometer a saúde. “O emagrecimento é uma equação de soma e subtração, ou seja, consumir menos e gastar mais calorias. Portanto, devemos diminuir a quantidade de alimentos em todas as refeições, sem adoção de dietas muito restritivas e difíceis de seguir a longo prazo”, diz a nutróloga.

O ideal é evitar alimentos ultraprocessados e refinados, de alta concentração calórica e baixo valor nutricional tais como salgadinhos, refrigerantes, sucos, chás industrializados e doces ricos em gorduras e açúcares. Em contrapartida, deve-se aumentar o consumo de alimentos integrais, ricos em fibras, como legumes, frutas, verduras e grãos.

Carnes magras, feijões, ervilhas e lentilhas também são recomendados por conterem alta concentração de proteína. O consumo de pelo menos uma classe de legumes, frutas e verduras em todas as refeições também trará bons resultados.

Veja algumas dicas de alimentação balanceada:

  • Folhas e legumes devem ocupar metade do prato e serem variadas entre as refeições;
  • A outra metade do prato deve ser ocupada por grãos, leguminosas e proteína magra;
  • Quanto mais cores no prato, mais rica nutricionalmente será a refeição;
  • Não coma só alface, tomate e cenoura. Dê uma chance às outras hortaliças;
  • A clássica combinação de arroz e feijão é rica em proteínas, carboidratos bons, vitaminas e minerais;
  • Os veganos e vegetarianos devem aumentar a porção de leguminosas em substituição à carne, garantindo aporte proteico adequado.

Todas essas providências devem ser acompanhadas de atividade física regular e, vale lembrar, as dúvidas em relação a alimentação precisam ser esclarecidas em consultas de rotina com nutrólogo e/ou nutricionista, com o objetivo de identificar carências nutricionais e propostas individualizadas de acompanhamento. Ademais, sempre que o ganho de peso vier associado a doenças como hipertensão, diabetes, dislipidemias e outras, a avaliação com esse profissional se torna completamente indispensável para a reversão dessas enfermidades e complicações a longo prazo.

“No mais, a reeducação alimentar é um processo que foca basicamente em modificações de hábitos de vida a médio e longo prazos. Assim, a opção por dietas da moda ou muito restritivas podem ser difíceis de serem seguidas por períodos mais prolongados e essa condição está diretamente relacionada a reganho de peso e ineficácia de tais estratégias após determinado período. Tenha bons hábitos como prioridade para a vida pessoal, com o entendimento de que grandes mudanças começam com o primeiro passo”, conclui a nutróloga.