A obra que conta a história de Ruth Bader Ginsburg é inspiradora, vida real, cheia de garra, talento, determinação e, que bom, uma linda história de amor
A atriz Felicity Jones dá vida nas telas à mulher que marcou época e deixou um legado inestimável na questão de direito relacionado a gênero
Por Aline de Melo Pires*
Coincidentemente, em um dia de setembro, enquanto pesquisava filmes para assistir e escolhi um, soube, à noite, que a personagem da história cuja sinopse me cativou e me fez adicionar o filme na "minha lista" havia falecido. Chamou-me a atenção a manchete do noticiário, e tive aquela sensação muito estranha sobre como as coisas chegam em nossas vidas. Ruth Bader Ginsburg faleceu em 18 de setembro de 2020, trilhando uma vida brilhante, de grandes realizações e feitos pelos direitos das mulheres. Inversamente proporcional ao seu tamanho, era muito baixinha, escreveu uma grande parte da história no que se refere à igualdade de gênero até chegar a ocupar uma cadeira na Suprema Corte Americana, ela faleceu aos 87 anos.
Com formação em Direito pelas renomada universidades de Harvard e Columbia, Ruth teve a percepção e a sensibilidade estimuladas desde cedo pela mãe, Celia, de quem herdou o senso crítico e questionador. O filme Suprema, dirigido por Mimi Leder e estrelado por Felicity Jones, no papel de Ruth, mostra essa mesma postura na criação de sua primogênita Jane, que mais tarde seguiu o caminho dos pais também no Direito. Ruth passou por situações difíceis depois de formada ao ser recusada por vários escritórios de advocacia por ser mulher.
Tornou-se professora especialista em direito de gênero e travou uma grande luta contra o Estado norte-americano para acabar com centenas de leis que davam liberdade para discriminar mulheres. E quando se fala na vida de RGB, impossível deixar de mencionar o marido Martin Ginsburg. Em uma época extremamente marcada pelo preconceito contra as mulheres - quando entrou em Harvard, nos anos 1950, Ruth e as poucas colegas do sexo feminino que a acompanhavam foram questionadas sobre o que as levava a ocuparem vagas que poderiam ser de homens - o marido foi seu maior apoiador.
E o apoio e o amor foram recíprocos, quando o marido ficou doente - vítima de câncer - ela frequentou as aulas dele para repassar o conteúdo em casa e mantê-lo estudando. Quando ela precisava estudar, era ele quem cuidava da casa e dos filhos.
Um dos momentos mais incríveis do filme é quando os dois defendem uma causa no tribunal e Martin se mostra extremamente orgulhoso da esposa não interferindo em seu espaço. Eles dividiram uma vida intensa de amor e trabalho. Disponível na Amazon Prime Video.
Para se inspirar ainda mais, assista ao trailer de Suprema:
*Jornalista - Diretora de Conteúdo Temas Preferidos