DIA DO PSICÓLOGO: PREVENÇÃO EMOCIONAL PODE COMEÇAR NA INFÂNCIA

Psicóloga infantil fala da importância da prevenção emocional desde cedo, de olho na formação de adultos saudáveis e centrados

Quando você pensa na saúde de seu filho e a palavra de ordem é prevenção, o mais certo é focar em manter uma alimentação saudável, estimular bons hábitos de higiene e a prática de exercícios físicos, certo? Certo, claro. No entanto, poucas pessoas se dão conta de que a saúde mental também pode e deve ser prevenida e faz parte do contexto do bem viver. E a prevenção emocional pode começar na infância. Nesse dia 27 de agosto, quando se comemora o Dia do Psicólogo, ressaltamos aqui a importância de promover a saúde mental dos pequenos e evitar uma série de situações difíceis ou estar melhor preparados para enfrentá-las por meio da psicoterapia. 
Quem explica a importância desse processo é a psicóloga Dóris Luft, especializada em terapia infantil e Avaliação Psicológica. A psicoterapia infantil ajuda a criança e sua família a entenderem melhor e direcionar as dificuldades sejam elas da própria infância ou até mesmo de casos de diagnostico como a hiperatividade, depressão, ansiedade.  “O início para a o processo terapêutico pode ser feito a partir dos 3 anos de idade ou ainda mais cedo no trabalho de orientações com os pais. Mas o mais comum é a procura a partir da idade escolar onde alguns problemas se tornam mais evidentes e a criança passa por uma série de descobertas novas”, afirma Dóris.
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO TRATAMENTO
Diante do desconhecimento ou até mesmo do receio que muitos pais podem ter ao pensar no tratamento, ela explica que a psicoterapia se faz de uma maneira muito particular e lúdica, onde o psicólogo usa de técnicas, brinquedos e desenhos para auxiliar no vínculo com a criança e ainda servir de dispositivos para as mudanças que são necessárias. “Durante o processo terapêutico se faz muito necessário a presença da família, sendo esta coadjuvante no tratamento. Em combinação, o psicólogo pede intervenções dos pais em casa assim como a presença na consulta para combinações e orientações”, explica a especialista.
Importante ressaltar que a psicoterapia infantil vem crescendo e ganhando espaço não apenas por questões de adoecimento, mas também por necessidade da criança se conhecer melhor, ganhar confiança, melhorar sua autoestima, saber ouvir e dizer o não adequadamente. Segundo Dóris, a criança que faz psicoterapia, também fortalece vínculos da socialização sendo mais decidida e menos influenciável a outras pessoas. 
ADULTOS MAIS FELIZES
O psicólogo, reforça, acaba avaliando cada caso e orienta da permanência da terapia se fazer ainda necessária ou não. Mesmo em casos em que a criança opta por continuar na terapia, já existe algo significativo a ser trabalhado com ela. “Minha experiência na clínica infantil mostra que crianças que estejam desde cedo passando por um processo terapêutico tornam-se adultos mais felizes, mais seguros e mais capazes de sozinhos lidar com seus conflitos.  A rotulação de quem passa por um psicólogo deve ser mudada e encarada como um ponto positivo de quem procurou se conhecer e se potencializar e não ser encarada como um bicho papão. Minha esperança é que  levar um filho no psicólogo seja tão normal quanto levá-lo no dentista, em uma consulta de rotina com seu pediatra e deve ser incentivada pelos pais”, salienta.
E, de uma forma geral, Dóris fala que o processo terapêutico é sinônimo de autodescoberta, facilitando as transições às quais todo ser humano está sujeito. “Fica a dica, procure um psicólogo para orientações, para se entender melhor. Não tenha medo das descobertas que fará, poderá ser uma surpresa muito positiva sobre você”, diz a psicóloga.