O Studio Elledue apresenta, a partir desta quinta-feira, 14 de junho, a mostra de desenhos Nem Tão Doce, da artista Carine Krummenauer. Organizada por Felipe Caldas, a exposição pode ser conhecida hoje a partir das 19h.
Carine é bacharela em Artes Visuais e atualmente cursa mestrado em Poéticas Visuais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS. Indicada ao X Prêmio Açorianos de Artes Plásticas nas categorias Destaque em Desenho e Artista Revelação em 2016. Recebeu o Prêmio de Incentivo à Criatividade no 21º Salão de Artes Plásticas da Câmara Municipal de Porto Alegre.
O Studio Elledue fica na Rua Menna Barreto, 11, no bairro Hamburgo Velho.
Abaixo, confira o texto de apresentação do organizador da mostra e agende sua visita!
Nem Tão Doce
Entre o carinho e o tapa existe uma linha tênue, entre o afeto e a agressão há determinada similaridade, entre o banal e o extraordinário se colocam as coisas mais inquietantes. Aquelas coisas que são capazes de gerar familiaridade e ao mesmo tempo estranhamento. Este movimento, imagem, objeto, não é suficientemente banal para ser desprezado e sequer extraordinário para gerar idolatria. É nesta zona inquietante entre o banal e o extraordinário que se apresenta o trabalho de Carine Krummenauer. Aquilo que de antemão parece ser, não o é, e o que é, necessariamente não parece ser.
A delicadeza, o detalhamento, a doçura no tratamento constitutivo da figura humana potencializada por este fazer laborioso, não é simplesmente uma questão de técnica, mas de percepção, de entendimento de mundo, de construção de narrativas abertas, indiciárias, que não se restringem a uma possível literalidade da imagem. Todavia, é justamente o domínio técnico que gera o meio para a inquietação, que gera o fascínio da forma, e sobre a forma, e fricciona o conteúdo imagético. Forma e conteúdo não devem ser pensados separadamente, eles compõem um corpo, pois toda forma possui um conteúdo, e todo conteúdo possui uma forma, mas é em certo desajuste, naquilo que não encaixa perfeitamente, entre a aparência formal, o gesto construtor e o conteúdo, que reside a provocação poética e psicológica destes trabalhos.