DESCUBRA SE VOCÊ SOFRE DA SÍNDROME DO PENSAMENTO ACELERADO (SPA)
Conjunto de sintomas é resultado do bombardeio diário do cérebro com informações que, mal administradas, levam à fadiga e à ansiedade, entre outras complicaçõesCertamente já aconteceu com você ou com alguém que você conhece e alguns desses episódios podem ser bem familiares: pensamento acelerado, fadiga excessiva, dificuldades em contemplar detalhes e pequenos estímulos da vida rotineira, variação do humor, dificuldades de concentração, pequenos lapsos de memória frequentes, insônia, irritabilidade e aumento da ansiedade. Talvez não seja difícil identificar aqui a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA) e, se esse é o seu caso, ou de alguém que você conhece, está na hora de buscar ajuda e recuperar a saúde e a qualidade de vida. Quem nos fala sobre este quadro é a doutora em psicanálise Andréa Ladislau que alerta o atual contexto, com um grande excesso de informação, como um dos desencadeadores da Síndrome do Pensamento Acelerado. Diante dos momentos de desgaste e tensão somados ao bombardeio constante de informações que nosso cérebro recebe, é difícil digerir emoções. O cenário atual é terreno fértil, diz Andréa, e propício para o desenvolvimento desse conjunto de sintomas. Infelizmente, continua a psicanalista, existe ainda uma falsa correlação do pensamento acelerado com a inteligência. "Mas a grande verdade é que a pessoa que sofre com essa síndrome tende a sofrer com a saturação do córtex cerebral - que em resposta produz uma mente agitada e hiperativa", completa Andréa. Ela fala ainda de alguns estudos que demonstram que a ativação de decisões mais espontâneas, baseadas em intuições que favoreçam o chamado “pensamento lento”, auxilia no processo de desaceleração e promovem a capacidade do indivíduo de viver motivado por um melhor gerenciamento de suas emoções e sentimentos. "Ou seja, ações rápidas, instintivas e emocionais também são válidas e muito bem-vindas", ressalta. Os sintomas citados no começo desse texto aparecem por que o indivíduo não consegue desligar a mente e tem dificuldade em desacelerar o pensamento. Com isso, a consequência é o sofrimento por antecipação. Andréa fala de outro sintoma bem frequente da SPA, o cansaço físico exagerado e sem explicação. "Isso porque os portadores dessa síndrome, ao pensarem demais, tendem a roubar energia do córtex cerebral, que é a camada mais evoluída do cérebro, uma energia que deveria ser utilizada nos órgãos do corpo. Mas como isso não acontece, o organismo responde com a fadiga em excesso", explica Andréa. Por isso, é comum relatos de dores de cabeças intensas e musculares constantes associadas à SPA. O comportamento de quem tem essa síndrome também se modifica e com frequência perdem o prazer com muita facilidade. Até podem lutar para conquistarem algo, mas quando conseguem demonstram falta de motivação, desânimo. Assim, como num círculo, para alimentar sua satisfação estão constantemente em busca de estímulos novos e não suportam a rotina. "Portanto, desacelerar o pensamento é extremamente benéfico para promover a melhoria da saúde mental e favorecer o controle emocional. Em muitos casos, essa desaceleração facilita a diminuição de psicoses e reduzem os níveis de paranoias em pacientes que desenvolvem tais sintomas. O tratamento para a síndrome passa por sessões de terapias com profissional adequado, além da adaptação de novos hábitos no estilo de vida. Importante incluir pausas ao longo do dia, fazer exercícios físicos e realizar atividades que lhe tragam prazer e não exijam tanto do cérebro", sinaliza a especialista. Dessa forma, diz Andréa, apesar da aceleração da vida, não se pode acelarar a mente de forma nociva a ponto de que a saúde mental seja comprometida. Uma das dicas que ela dá é a prática de um detox emocional a partir da redução da exposição da mente às redes sociais, o que Andréa avalia como excelente exercício para evitar o comprometimento do organismo. Além disso, é importante que saibamos expor e falar dos sentimentos. Externar emoções auxilia bastante na redução dos efeitos da SPA. "Em tempos onde a tecnologia domina a vida do indivíduo, deve-se humanizar as relações e torna-las mais resistentes para que a mente não fique aprisionada. Valorizar os detalhes e desacelerar a vida também ajuda a reduzir o estresse e controlar a emissão de pensamentos tendenciosos. Além disso, pensar devagar e de forma mais cautelosa contribui no domínio da arte de tomada de decisões", afirma Andréa. Afinal, continua, reservar um tempo para desacelerar o pensamento cientificamente traz ganhos e benefícios importantes para a saúde do corpo e da mente. Fica claro que, através de novas atitudes e novos hábitos, conclui Andréa, o portador da síndrome pode, com maior facilidade, reconhecer suas emoções, auxiliando a melhoria na qualidade de vida e expurgando o sentimento de vazio existencial, característico de quem sofre do problema. Publicidade Publicidade |