COMO A DANÇA ACONTECEU EM 2020

Escola de Dança Maria Bailarina registra em livro o ano louco que mudou para sempre a história da humanidade

O título deste texto deverá ser, daqui a muitos anos, o registro, fonte de consulta, de algo incrível. Quando, impedidas de saírem de suas casas, as pessoas não deixaram de dançar, nem de ensinar a dançar, nem de aprender, nem de ensinar. Impossibilitadas de se reunirem em uma sala para, através do movimento do corpo, darem vazão às mais diferentes necessidades e sensações, encontraram em telas de celulares, tablets e computadores o ambiente comum para manter o elo.

A pandemia do novo coronavírus paralisou muitas coisas durante 2020, mas não a paixão pela arte e pela dança. Capitaneada por Denise Pacheco, formada em Educação Física e pós graduada em Ciências do Movimento, a escola de dança Maria Bailarina, de Novo Hamburgo (RS) deixa sua marca neste louco 2020 com sensibilidade e delicadeza, ao registrar em livro, toda o desafio de enfrentamento a uma pandemia que ainda não nos deixou e mudou para sempre a humanidade. O livro Como a Dança Aconteceu em 2020 acaba de ser lançado, com apoio da Lei Aldir Blanc, e conta o que aconteceu quando, literalmente, da noite para o dia, espetáculos foram cancelados, aulas suspensas e a incerteza tomou conta de todos.

“Eu não tive como conversar com os alunos quando a pandemia foi oficializada, os avisos foram por redes sociais, nosso espetáculo de 20 anos, que nos enchia de orgulho e expectativa, seria em 20 de março, foi cancelado”, diz Denise. E na abertura do livro, ela reforça: “daquele dia em diante, ainda sem saber exatamente por quanto tempo, eu só veria meus alunos através de telas”.

Daí por diante, o desafio de entender e aplicar os recursos tecnológicos foi sendo vencido, aulas on-line, por whatsApp, YouTube, Zoom, tudo foi sendo aprendido de forma conjunta. Denise comemora a adesão e o entendimento das famílias que permitiram que as aulas tivessem continuidade, foram parceiras quando se propôs a diminuição da mensalidade até que as coisas voltassem ao normal.

O livro é repleto de depoimentos, tanto de pais quanto de alunos. Eles demonstram sua gratidão e sua alegria por terem conseguido manter as atividades, priorizando não somente o aspecto físico, mas sobretudo o emocional. “Dos cerca de 200 alunos, apenas 15% não aderiram à proposta, tivemos um retorno incrível”, complementa Denise, que também mobilizou sete professores entre as modalidades ballet clássico, dança contemporânea, sapateado americano, jazz, alongamento e dança para senhoras.
Hoje, as aulas já retornam presenciais, com todos os protocolos de segurança e prevenção, como garante Denise. No entanto, algumas famílias optam pelo modelo on-line. “Enquanto eu tiver um aluno em casa, vai ter aula on-line”, afirma.


É como diz a canção, “o show tem que continuar”, e a turma da Maria Bailarina não deixou ele parar. Se pararmos para pensar, esse livro pode representar a força de muitas pessoas, muitos setores, que precisaram buscar alternativas para levar adiante a realização de seus sonhos. Por isso, essa obra deve ser apreciada, debatida, e servir de reflexão sobre uma época extremamente difícil para a humanidade.


“Daqui a muitos anos, as pessoas vão querer entender o que vivemos hoje, vão se perguntar ‘como esse povo dançava dentro de casa’? Está tudo num livro…”, salienta Denise.

A escola Maria Bailarina fica na rua Borges de Medeiros, 191 - Rio Branco, Novo Hamburgo. O contato pelo telefone é 51 99117-1117.