CASA DE CULTURA MÁRIO QUINTANA RECEBE MONÓLOGO INSPIRADO EM ANNIE ERNAUX

O espetáculo autoral, que homenageia vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2022, traz temas polêmicos e essenciais à sociedade

No sábado, dia 31 de agosto, às 19h, o Teatro Bruno Kiefer, localizado no 6º andar da Casa de Cultura Mário Quintana (R. Das Andradas, 736), recebe o espetáculo “Conversas com Annie Ernaux”.

O monólogo convida as/os espectadores a um mergulho em tópicos que permeiam a obra da vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2022, Annie Ernaux. Apresenta uma proposta única e inédita que traz interlocução com assuntos polêmicos e essenciais à sociedade.


Quem assina a Direção da peça é Leandra Wecker. Fotografia por Graziela Hansen; Iluminação por Alexandre Ricardo; Trilha Sonora por Maurício Colina (voz e violão); Abertura por Joaquim Ribeiro e Tassia Minuzzo. Roteiro e Atuação pela escritora e jornalista Rafaela Dilly Kich.


Com, aproximadamente, 45min de duração, a peça evoca temas que costuram a obra autossociobiográfica de Ernaux: relação homem e mulher, aborto, vergonha, afetos parentais e, em última instância, aquilo que permeia todo o tecido da vida da autora de “O Acontecimento”, “O Jovem”, “Os Anos”, entre outros títulos: a própria escrita, em si.


O espetáculo ganha força em interlocução de diálogos íntimos entre a personagem principal e uma versão “imaginária” de Annie Ernaux. Em dado momento, uma chega a se confundir com a outra.


Assim, a peça se propõe a trazer à tona temas comumente tabus a nível cotidiano. Sobretudo, também a prestar homenagem a esta que é uma das maiores escritoras da modernidade.


Para Rafaela Dilly Kich, autora e intérprete do Monólogo, “os temas da peça estão pedindo para se apresentar. Quando falamos em Direitos dos Corpos, estamos falando também, sob a ótica desta sociedade, sobre quais corpos são tratados como dignos de viver e quais são descartáveis. Isso é cada vez mais evidente diante da crise climática recentemente vivida”, frisa.


“Foi muito difícil o período que vivemos em maio, enquanto pessoas e artistas, pois nossa peça estava prevista para estrear justamente no primeiro fim de semana das enchentes. Tivemos de lidar com o luto do trauma climático coletivo - que perdura até hoje - e do nosso sonho perdido na época”, acrescenta.


“Por isso, agora entendemos que é ainda mais relevante voltar a ocupar nosso querido Centro Histórico, tão profundamente impactado pela negligência da classe política, fazendo arte”, finaliza.


Serviço:


✍️ Roteiro e Atuação: Rafaela Dilly Kich. Escritora e Autora do livro “A Parte de Nós Que Canta” (Editora Patuá; Poesia, 2022), entre outros títulos.