ARTIGO | Dia Nacional de Conscientização Sobre a Fissura Labiopalatina é celebrado em 24 de Junho
A data faz alusão à abertura do Hospital de Reabilitação de Anomalias CraniofaciaisFoi aprovado no Senado, no dia 13 de junho deste ano, o Dia Nacional de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina, que será comemorado sempre no dia 24 de junho. Algo que alegrou muito quem nasceu com esta má formação e quem está na luta por essa causa. A data faz alusão a abertura, em 1967, do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), conhecido como Centrinho de Bauru (SP), que foi pioneiro na pesquisa e tratamento dessas ocorrências. Talvez tu não conheças nenhum fissurado ou, se conheces, talvez não consigas reconhecê-lo. Podes pensar que aquela cicatriz no lábio pode ter sido causada por alguma arte na infância ou um acidente. E que a voz fanhosa, que assola muito dos fissurados, possa ser resolvida com sessões de fonoaudiologia.
E somos muitos. Estima-se que no Brasil em cada 650 nascidos, um tem algum tipo de fissura labiopalatina. Já no mundo são estimados, de acordo com a organização filantrópica internacional Smile Train, que sou embaixadora, 540 nascidos por dia. É muita gente. E mesmo assim não se fala no assunto. Por isso estamos festejando tanto termos ganho um dia nacional de conscientização. Pois acreditamos que agora a imprensa vai nos colocar na pauta e pelo menos um dia por ano seremos lembrados. E sabemos que o engajamento só ocorre com o conhecimento e a informação. No espaço que pretendemos ganhar na mídia queremos falar que há diferentes tipos de fissura e gravidade. E que apesar de sermos tantos, há apenas 30 centros especializados no Brasil, e a maioria deles nas regiões Sul e Sudeste. Nossa luta é que o tratamento de qualidade chegue a todos os locais, e a todos, independentemente das condições financeiras. Garantir que, sem restrição, possam fazer seu tratamento. Eu nasci com fissura labial. Fiz minha primeira cirurgia aos cinco meses, a segunda os 12 anos, a terceira aos 19, a quarta aos 21 e a quinta, apenas por questões estéticas, depois dos 30. Não conseguia assoviar na infância por causa de um buraquinho que eu tinha no lábio devido a um ponto arrancado antes da hora. Respirei pelo nariz apenas depois dos 19 e respirar errado me fazia ficar rouca muito facilmente. Devido à rouquidão fiz dois anos de fono. Fiz terapia na infância e recorro ao apoio psicológico tantas vezes eu ache necessário.
*Jornalista e Escritora Publicidade Publicidade |