AGRESSIVIDADE: O QUE FAZER DIANTE DE TANTA MANIFESTAÇÃO DE VIOLÊNCIA NESTA PANDEMIA?

A pandemia alterou o estado emocional de muitas pessoas e a violência tanto física quanto verbal tem sido a única alternativa para reagir a situações adversas, mas não precisa ser assim!

Você já deve ter visto seja em notícias na internet ou de televisão ou em vídeos compartilhados em redes sociais: estão ficando comuns as brigas e desentendimentos em locais públicos, agressões físicas e verbais e desabafos sem filtro. Situações assim se intensificaram com a explosão da pandemia do novo coronavírus e muitas pessoas, diante de mudanças tão repentinas e abruptas em suas rotinas, reagem com a violência ao invés de buscarem a ponderação e, por que não, a educação.

Esse tipo de comportamento pode ser explicado pela psicologia que também mostra como evitá-lo. Quem explica é a psicóloga Amanda Fitas, para ela, a pandemia mexeu demais com o estado emocional das pessoas. “A pandemia foi um evento externo que ninguém se programou. E o ser humano não opera bem na incerteza, na imprevisibilidade. Um evento que, de repente, chacoalha a vida de muitas pessoas, em diversos aspectos; no profissional, nos relacionamentos, na parte financeira. Além disso, também reduz a liberdade, que é muito importante. As pessoas estão com o tempo mais livre e com um maior desconforto emocional. Aí uma pequena coisa pode ser motivo para a pessoa ter um pequeno surto ou um pico de stress, porque, na verdade, está acontecendo várias oscilações mentais. Então, ela acaba descontando em outras pessoas, às vezes na internet, às vezes pessoalmente", considera.

Amanda analisa, ainda, o motivo por trás da necessidade de se sentir superior por causa de sua classe social durante momentos de confrontos proferindo frases como: "eu tenho berço”, “eu sou filho de médico”, “eu tenho educação europeia, sou filha de juiz, de gente poderosa', etc. 

Na verdade, diz ela, quando uma pessoa está discutindo, ela quer se sobressair diante de loutra, assim, vai querer mostrar algum valor. Ela vai usar, continua a psicóloga, o que acredita considerar mais valioso. "Se for a profissão, a família dela, a condição financeira, enfim, aquilo que ela acredita ser mais importante para desestabilizar a outra pessoa, no sentido de “sou superior".Já que o objetivo de uma briga é ganhá-la. Então, ela precisa de atributos, de convencimento, o que acaba sendo bem desagradável. Mas é tudo para se sentir superior e sentir que está vencendo aquela briga", pontua a psicóloga.

Mas, como controlar a raiva quando somos provocados? Segundo Amanda, o segredo pode estar em medidas simples, mas capazes de fazer a diferença. A raiva, continua, é primitiva, vem de um impulso. Quando alguém nos tira do sério, essa emoção fica à flor da pele, então vamos tentar atacar, às vezes de maneira verbal, mas nem sempre.

Para conseguir controlar este impulso, diz a Amanda, é necessário que se racionalize sempre, respire fundo, perceba que essa raiva não traz nenhum benefício. "Qual a sua intenção ao atacar alguém? O que você acha que você vai ganhar com isso? Então, é mais um controle mental de pensamentos. Às vezes, recomendo respirar bem fundo. Contar, até 10 mesmo. Isso não é uma expressão errada, realmente ajuda, pois a pessoa sai daquele estado impulsivo de ataque e consegue pensar: qual a intenção, o que de fato ela quer ganhar ou usar melhores argumentos que não precisam ser em forma de ataque. Só o fato dela racionalizar diferente. Parar, pensar, agir de forma madura, ter empatia e etc", finaliza.