PLANOS PARA O ANO NOVO: CUIDADO AO TRAÇAR SUAS METAS

Será que estamos fazendo planos da maneira correta? Até que ponto sabemos de nosso potencial e nos conhecemos para saber o que queremos

Planejar a vida, em qualquer de suas áreas, é fundamental. Precisamos ter metas, objetivos, que nos guiam e nos ajudam a ter uma vida mais organizada. Estamos chegando em uma época em que isso fica mais latente. Afinal de contas, a perspectiva de um novo ano configura-se como o início de uma nova etapa e muitos se sentem "na obrigação" de fazer planos para o ano novo. Mas, até que ponto isso é feito da maneira correta? Será que a imposição do planejamento, especialmente no que se refere a planos para o ano novo é positiva? E como lidar com a frustração que pode ser gerada a partir do não alcance dessas metas?

Para saber um pouco mais sobre esse contexto, fomos conversar com a psicóloga Jucieli Oliveira Gomes, que atua como supervisora de uso de materiais da Editora Sinopsys. "Metas e objetivos na vida são importantes, nos dão um norte, uma direção, um motivo para levantar da cama todos os dias de manhã e irmos ao trabalho. Também, nos dão satisfação e confiança toda vez que alcançamos uma de nossas conquistas, então, é importante sim, fazermos planos a longo e curto prazo em nossas vidas. Mas, não necessariamente, a cada troca de ano", avalia Jucieli.

De acordo com ela, é sempre importante termos consciência realista do que podemos alcançar. É possível ter planos tanto de curto quanto de longo prazo, e os planos de curto prazo podem ser coisas bem simples, fáceis de serem alcançadas. "Isso, muitas vezes, nos motiva a lutar pelos objetivos maiores", considera.
Quando traçamos metas ousadas, como planos de ano novo que exigem grandes propostas e ações, é comum que lá pelo meio do ano, por exemplo, percebamos que a situação não está bem como tínhamos imaginado. O que fazer? Em primeiro lugar, diz Jucieli, ser gentil consigo mesmo, pois nem sempre vamos conseguir tudo. A partir daí, deve-se avaliar os motivos pelos quais os objetivos não foram alcançados, é possível reavliar o prazo para alcançar a meta, não desistir só por que não aconteceu no tempo estipulado. "Coisas acontecem no dia-a-dia que, muitas vezes atrapalhamos nossos objetivos e até os planos de ano novo. Mas isso pode atrapalhar, não necessariamente interromper. Sempre podemos avaliar o que não deu certo anteriormente e mudar a estratégia", afirma a psicóloga.

Jucieli aponta a importância do autoconhecimento para traçar metas, não somente planos de ano novo, não seja um tormento constante diante da possibilidade, ou não, se cumpri-las. É muito relativo, diz, e não existe uma receita pronta, pois cada pessoa apresenta um tipo de impeditivo, algumas desistem facilmente, outras se boicotam, algumas escolhem objetivos além do possível e se frustram, outras botam um objetico e nem começam por não se sentirem capazes. "Então, a primeira coisa é se conhecer, saber quais seus pensamentos sobre o que deseja colocar como objetivo, analisar se isso é algo que realmente importa ou é só mais uma meta de final de ano. Ao se conhecer, continua Jucieli, conhecendo-se, o indivíduo terá mais facilidade de escolher suas prioridades e entender seus limites e, assim, não se colocará em situações em que possa desistir com facilidade.

CUIDADO COM A ACOMODAÇÃO!
É bem provável que haja o que Jucieli aponta como hipercompensação, que é quando a pessoa repetidamente se coloca em situações que não poderá alcançar, desiste e se frustra e com o tempo se acha incapaz de realizar coisas na vida. "As metas na nossa vida podem ser colocadas a qualquer momento, no início de um novo ano, quando sentimos necessidade de ter algo ou mudar algo. Só devemos lembrar que, muitas vezes, até chegarmos em um objetivo, o caminho é longo, então, não devemos esperar para sermos gratos e felizes quando chegarmos lá, pois a vida acontece a cada dia e podemos ter pequenas realizações todos os dias, neste longo caminho até o objetivo", ressalta a psicóloga.