PARA MIM, BASTA O SEU MELHOR!

Para inspirar, uma história de amor movida pela superação de um passado que nunca importou

Por César Silva*

E se não for suficiente, azar o meu! Isso mesmo!

A discussão já tinha varado noite a dentro. O casal não se entendia! Mari dizia "X" e Jonathan entendia "Y" e vice-versa! Aquela discussão sem fim sobre a criação dos filhos, que estavam na avó, terminou assim: para mim basta o seu melhor, dizia Mari. E se não for suficiente, azar o meu!

Aquele era para ser um final de semana especial. Estavam juntos há 15 anos e planejaram um momento dos sonhos: sossego, curtição e amor. Mas o caldo desandou! Uma fagulha de opinião diversa ligou a fogueira da discussão.

Após muito tempo de relacionamento, os dois tinham muito a reclamar um do outro. Pequenas atitudes minavam a relação e, na mente dos dois, a certeza de que o outro não estava se dedicando ao relacionamento como deveria.

As crianças já estavam percebendo que algo estava errado! Seus pais estavam sempre se beijando, se abraçando e, de uns tempos para cá, nem se olhavam direito.

A ideia foi de Mari. Um final de semana juntos, relembrando e conversando sobre o passado, presente e futuro, ajudaria a resolver os problemas de relacionamento, já que ela o amava. Por mais que tivesse posições divergentes, ela sabia que Jonathan também. Estavam perdidos na poeira que levantaram sem querer!

Cada um foi para o seu lado: um dormiu na sala e o outro no quarto. Aquela, que iria ser a noite inicial de um momento importante, desapareceu em meio aos escombros das palavras ditas na fúria das emoções descontroladas.

Passaram o final de semana sem conversar direito. Só amenidades! Tinham medo de tocar na ferida reaberta, sem nunca ter cicatrizado.

Se conheceram na escola, namoraram e casaram. Era um daqueles amores juvenis e perenes. Uma ligação de outras vidas, alguns diziam. Mas desde aquela época, os dois carregavam uma insegurança comum: os resquícios da noite da festa de formatura.

Naquela noite, todos empolgados, tiveram a maior curtição. Durante a noite não perceberam que o seu amor havia incomodado algumas pessoas infelizes e invejosas. Uma delas, amiga de Mari, não aceitava a felicidade deles, pois estava sozinha. E um amigo de Jonathan, da mesma forma. Esses amigos!

O que aconteceu foi que esses dois infelizes se combinaram para criar a discórdia entre Mari e Jonathan. Sorrateiramente e sem rastros! Esperaram até que o casal foi ao banheiro e foram atrás.

A amiga de Mari e o amigo de Jonathan falaram muitas inverdades aos dois enquanto estavam no banheiro, dizendo que o outro estava traindo a sua confiança com colegas de outra turma.

Nunca havia passado na cabeça de Mari e Jonathan que isso aconteceria. E a dúvida se instalou! No dia, não deram muita atenção. Era uma festa, estavam todos bebendo além da conta.

Só que algo mudou: enquanto dançavam, os dois ficavam cuidando quem estava ao lado para perceber se o outro estava olhando ou sendo cuidado por alguém. Não preciso dizer que o restante da noite foi um stress. Foi!

Quando a poeira baixou, no outro dia, eles começaram a discutir por bobagens inventadas e por suposições não comprovadas. Mas o amor resistiu! Casaram-se, tiveram filhos e seguiram a vida, apesar daqueles infelizes malandros.

Mas a dúvida se instalou! A cada discussão, a cada briga, a cada desacordo, a mesma história sempre vinha a tona. Eles não perceberam a rotina de pensamentos recorrentes, como um cachorro que corre atrás de seu próprio rabo.

Na tarde de domingo, após chorar muito, Mari foi dormir, estava exausta. Jonathan, com o coração apertado e o orgulho cheio, foi olhar o que Mari foi fazer, quando se deparou com uma cena que não via havia muito tempo: ela dormindo serenamente.

O simples olhar daquele momento fez Jonathan cair em si: o que estava realmente acontecendo? Ele sentou no sofá, ao lado da cama e observou sua amada. Seu peito doía! Começou a lembrar de como o amor deles era lindo, feliz e empolgado.

Pensou que aquela mulher era tudo em sua vida e que estava ao seu lado desde sempre. Estava há duas horas só observando, quando se deu conta do que o estava incomodando. Ele havia entendido na fala dela que ele não era a melhor escolha dela. E lembrou da formatura!

Lembrou daquele sentimento que apertou o peito e gerou o stress mas que nunca havia se confirmado. Pensou que estava muito nervoso para raciocinar claramente sobre a situação e buscou as exatas palavras que Mari tinha dito: para mim basta o seu melhor!

Ele saiu de casa e foi até a floricultura mais próxima, comprou as flores mais lindas e voltou correndo para casa. Mari ainda estava dormindo! Ele encheu a cama de flores, colocou um bilhete e foi para a sala.

Quando Mari acordou, tomou um susto! O que era aquilo tudo? Quem havia entrado ali?

Pegou o bilhete, lindo, leu rapidamente! Uma lágrima caiu no rosto e uma frase saiu da sua boca: esse meu amor eterno! Ela desceu, deu um beijo em Jonathan e o amor tomou conta daquele ambiente. Fim!

Ah!! Quer saber o que estava escrito no bilhete?

Uma simples frase que dizia tudo: serei o meu melhor! Pois o seu melhor já me basta e sempre me bastou! Te amo! Amor da minha vida!

*César Silva é Mentor de Negócios, Consultor, Professor, Palestrante e Escritor - CEO @cesarsilvasimplesmente