PARA GERAR TRABALHO E RENDA POR MEIO DA MODA

Projeto social de universidade proporciona capacitação gratuita a mulheres da comunidade do Vale do Sinos (RS)

Nos laboratórios de Costura e Modelagem do curso de Moda, localizados no prédio Verde, Câmpus II da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, novas oportunidades se abrem para um grupo de mulheres. É nestes espaços que acontecem, todas as terças-feiras, as aulas do projeto social Alinhavando Oportunidades. Cerca de 20 mulheres da comunidade de Campo Bom estão sendo capacitadas gratuitamente, neste semestre, nas técnicas de corte, costura e reparos no vestuário. Dessa forma, são preparadas para atuar como autônomas na profissão de costureiras ou para trabalhos relacionados à área em indústrias de vestuário da região.

Além das aulas de técnicas em costura, as beneficiárias do projeto têm oficinas de administração de negócios, para aquelas que pretendam ter um incremento de renda, trabalhando em suas residências como autônomas, possam ser capacitadas nas áreas de gestão e contabilidade. A parceria se dá por meio do curso de Ciências Contábeis. As mulheres atendidas pelo projeto também contam com apoio da Prefeitura Municipal de Campo Bom, que proporciona transporte gratuito e acompanhamento de assistência social em todas as aulas.

A professora responsável pelo Alinhavando Oportunidades, Bárbara Koch, explica que o projeto surgiu a partir de uma deficiência no mercado de trabalho, pois as indústrias não encontravam pessoas capacitadas. "Assim, foi elaborado esse treinamento por meio de um projeto de extensão", afirma. O projeto conta com três professores e quatro alunos para orientação das beneficiárias. Usuárias da Associação Beneficente Evangélica da Floresta Imperial (Abefi) também são atendidas pelo Alinhavando.

Aprendizados e amizades

Natália Flor, aluna do curso de Moda, é bolsista do projeto desde o início deste semestre, e acredita que as atividades proporcionam novas experiências e desafios. "É muito bom ver a evolução das beneficiárias, acredito que seja um desafio para elas aprenderem, assim como ensinar é um desafio para mim. Penso que essa é uma oportunidade de aprendizado, pois vemos a vida com outros olhos, conhecemos outras realidades", afirma.

Já Noeli Teresinha de Oliveira Blaszak, 47 anos, moradora do bairro Bem Viver, em Campo Bom, é doméstica, e, por ter iniciado o projeto sem experiência em corte e costura, considera que as aulas oferecidas são muito completas. "Nunca pensei que, um dia, pudesse sentar em uma mesa para costurar. Depois de me formar, penso em tocar o 'barco pra frente', em fazer roupas para vender. Estou achando maravilhoso esse aprendizado, pois se aprende desde o início até o final", diz.

De acordo com a professora Bárbara, para a comunidade é um ponto positivo de sair e conhecer outros espaços, como os da Universidade. "Também podemos verificar uma mudança de comportamento nas mulheres: no início, elas eram mais sérias, fechadas; agora, até na expressão do rosto se nota a alegria que elas têm ao vir. Muitas dizem que contam os dias para que chegue a terça-feira", explica. "Aqui, se formam amizades e um vínculo, além do aprendizado. Para os alunos, atuar no projeto também é um ponto positivo, pois proporciona autonomia", completa.

Saiba mais

As beneficiárias da comunidade de Campo Bom terão um evento de formatura em julho. A cada início de semestre, são abertas as inscrições para novas turmas. Os contatos podem ser feitos pelo e-mail barbarakoch@feevale.br.