MÊS DA MULHER: A FORÇA DAS MULHERES NA PANDEMIA

"Hoje, a minha reflexão é sobre como nós mulheres podemos nos apoiar nesta crise, como podemos estender a mão umas para as outras e tornar a nossa caminhada mais leve”

Por Lola Carvalho*

A ONU Mulheres divulgou o tema central do Dia Internacional da Mulher de 2021 – “Mulheres na liderança: Alcançando um futuro igual em um mundo de COVID-19 ”.‘Mundo de COVID-19’. Está aí um mundo no qual jamais imaginamos estar inseridos. Ano passado, nesta mesma época, estávamos tentando entender tudo isso e hoje, já são 365 dias neste novo mundo, onde os desafios, já enfrentados por nós todos os dias, cresceram exponencialmente.

A maior crise sanitária dos últimos tempos, revelou o nosso papel fundamental para o enfrentamento da crise, mas também trouxe à tona o peso que carregamos muitas vezes, sozinhas.

Mulheres estão na linha de frente da crise da COVID-19 como profissionais de saúde, desempenhando os mais variados papéis: elas são médicas, enfermeiras, cuidadoras, cientistas, líderes comunitárias e algumas das lideranças mais expressivas no combate à pandemia.

Mas também são donas de casa, profissionais autônomas, empresárias, mães, esposas, cuidadoras dos pais, que se viram acumulando tarefas, duplas e triplas jornadas, que tiveram que abandonar o trabalho para cuidar dos filhos ou foram demitidas por cortes nas empresas. Cada uma de nós, do seu jeito e com as suas lutas, está tendo que se reinventar para seguir em frente.

Fomos nós que mais saímos dos postos de trabalho, fomos nós que mais acumulamos as tarefas da casa, que assumimos a educação dos filhos à distância e, por isso, muitas estamos emocionalmente doentes.

O 8 de Março é uma data para honrarmos a luta e as histórias de todas as mulheres que vieram antes de nós e, que através de seus esforços e inúmeras vozes, nos permitiram ocupar os lugares que ocupamos hoje, nas mais variadas esferas da sociedade.

Mas hoje, a minha reflexão é sobre como nós mulheres podemos nos apoiar nesta crise, como podemos estender a mão umas para as outras e tornar a nossa caminhada mais leve.

Talvez dando um telefonema para aquela sua amiga que está visivelmente abatida. Ou uma chamada de vídeo para a sua mãe, que está se sentindo só e com saudades dos netos. Quem sabe um bolo entregue de surpresa, ainda quentinho na casa da vizinha. Ou se oferecer para ir ao supermercado ou à padaria.

Pode ser prestando atenção às discussões mais inflamadas do apartamento ao lado, que podem indicar algum tipo de abuso doméstico.

Talvez você possa se informar no seu bairro sobre mulheres chefes de família que precisam de ajuda e contribuir de alguma forma. Nossa força é ilimitada e juntas, somos sempre mais fortes.


*Lola Carvalho é publicitária, jornalista e mãe de dois. Sempre foi apaixonada pelas palavras e pela música. É gaúcha de São Sebastião do Caí, mas aos onze anos mudou-se para Novo Hamburgo. Com o nascimento do primogênito, Francisco, em 2009, viveu a maior transformação da sua vida. A maternidade trouxe à tona sentimentos novos e singulares. Tudo isso foi sendo registrado em textos escritos pela publicitária que encontrou nas palavras uma forma de externar seus medos, frustrações, desafios e falar do amor que crescia dia após dia.Com a chegada do Caetano, seu segundo filho, a maternidade se revelou em novas páginas, que foram reunidas em seu livro de estreia Mãe Sem Limite: um livro de crônicas que trata sobre as aventuras e desafios de ser mãe.Site: lolacarvalho.com.bre-mail: lolacarvalho75@hotmail.comfacebook: @maesemlimiteInstagram: @lolacarvalho