INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST): CONHEÇA OS SINAIS E PREVINA-SE

  • 11 de Fevereiro, 2022
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Ausência de proteção durante relação sexual é a maior causa de ISTs no Brasil, ao contrário do que ocorre no resto do mundo

Atualmente, no Brasil, 694 mil pessoas estão em tratamento contra o HIV, sendo esta uma das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) mais frequentes entre os brasileiros. Mas, não é a única e queremos aqui chamar a atenção para sinais que podem indicar outras complicações e que requerem cuidado e tratamento. Ao final da leitura, perceba se se identifica com alguma situação ou conhece algum amigo ou familiar que precisa de ajuda nesse sentido, e não deixe de buscar orientação médica e realizar exames.


A infectologista Dania Abdel Rahman explica que as IST são causadas por bactérias, vírus ou outros tipos de microorganismos e são transmitidas principalmente, através do contato sexual com uma pessoa infectada. De acordo com ela, que integra a equipe do Hospital Albert Sabin, há uma gama extensa de ISTs, sendo as mais comuns, além da AIDS, a Hepatite C, Sífilis e Gonorreia. Dentre os principais agentes, diz ela, estão os vírus como o HIV, HPV, os vírus de Hepatites B e C e bactérias como o Treponema Pallidum, no caso da Sífilis.

Quanto aos sintomas, ela explica que dependem muito do tipo da infecção. A médica cita lesões nos órgãos digitais como bolhas, verrugas ou úlceras como sinais fundamentais para que se busque orientação com profissional da saúde. Da mesma forma, linfonodos (ínguas) na virilha e secreções vaginais ou na uretra podem ser indicativos importantes de IST. "Algumas infecções, apesar de poderem ser controladas, não têm cura, a exemplo da AIDS, causada pelo HIV. Já outras como a gonorreia e a sífilis são tratáveis e possíveis de serem curadas", comenta a infectologista. É importante salientar que para HPV e Hepatite B, há vacinas para a prevenção.

De acordo com estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS), diariamente ocorrem mais de um milhão de casos de IST no mundo. Em um ano, estima-se aproximadamente 357 milhões de infecções novas, entre HPV, clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase.

Além dos quase 700 mil pacientes em tratamento citados lá no começo deste texto, de acordo com o Ministério da Saúde, 45 mil novos iniciaram, em 2021, a chamada terapia antirretroviral. O que faz com que os números de infecções pelo HIV e por outras ISTs aumente consideravelmente no Brasil, ao contrário do que se vê no restante do mundo, é a falta de proteção durante a relação sexual. Por outro lado, segundo Dania, novas terapias têm permitido que pacientes com o HIV tenham mais qualidade de vida e tenham uma expectativa de vida muito próxima da expectativa da população geral.

“Atualmente, contamos com um novo aliado no combate a transmissão do HIV, que se chama PreP (Profilaxia Pré-Exposição). Essa profilaxia consiste no uso contínuo de medicações antirretrovirais por pessoas que apresentam exposição ao vírus como profissionais do sexo, pessoas que não aderem ao uso do preservativo ou qualquer pessoa que deseje se proteger dessa forma. É importante ressaltar que a PreP protege contra o vírus HIV mas não contra as demais ISTS”, adverte Dania. Portanto, acrescenta, é fundamental prevenir as IST. Muitas delas podem ter consequências sérias, culminando, inclusive, em câncer de colo de útero ou câncer de vulva ou vagina. Esses tipos de neoplasia têm relação com o vírus HPV. Em casos avançados e mais graves, podem ser necessárias cirurgias que culminam até em infertilidade, mesmo que indiretamente”, conclui a infectologista.