HIGIENE ÍNTIMA: MITOS E VERDADES

Ginecologista esclarece pontos importantes da rotina de cuidados com a saúde íntima da mulher

Quando o assunto é higiene íntima da mulher, ainda é possível que surjam dúvidas, pois a cada dia, "novidades" aparecem no mercado, sem falar nas informações por vezes equivocada. O mais adequado, no entanto, é falar com seu médico, esclarecer qualquer dúvida com especialistas da saúde para que o mais importante seja preservado: a sua saúde.

Por isso, apresentamos aqui algumas das dúvidas mais comuns em relação a higiene da mulher, entre mitos e verdades, esclarecidos pela médica ginecologista Erica Mantelli. Mas, atenção, diante de qualquer anormalidade, de qualquer alteração em seu corpo, procure orientação médica imediatamente, somente um (a) ginecologista vai poder direcionar o melhor tratamento. 

Usar desodorante íntimo é indicado? Por quê?

Mito. O uso de desodorante íntimo não é indicado pois ele pode com o tempo prejudicar a região genital, apenas a higienização adequada no local é suficiente. Caso a mulher apresente odor desagradável deve procurar o ginecologista para avaliação.

Existe uma maneira ideal de se fazer a higiene íntima da mulher? E com que frequência ela deve ser feita?

Verdade. A maneira ideal é que seja realizada a lavagem da região com água e sabonete, podendo ser feita durante o banho, uma a duas vezes por dia. Não há necessidade de lavagem em excesso porque pode tirar a proteção natural da região, e essa retirada a proteção pode desencadear infecções.

A higiene íntima após a relação sexual não evita infecções genitais

Mito. É importante para evitar infecções genitais e também infecções urinárias após a relação sexual, fazendo assim uma lavagem do canal uretral.

O sabonete íntimo é indicado? Por quê? Com que frequência usá-lo?

Verdade. O sabonete íntimo tem o pH fisiológico ligeiramente ácido para manter a vagina com a sua acidez ideal. Usar sabonete com outro tipo de pH pode alterar o da região genital, predispondo a região a infeções vaginais. Porém, é importante conversar com o ginecologista para usar o sabonete íntimo adequado, pois alguns contém muito conservantes ou substâncias químicas que podem também, a longo prazo e em excesso, causar infecções vaginais.

O sabonete íntimo não precisa ser colocado diretamente na região íntima, a mulher pode colocar na mão, fazer espuma e depois aplicar na região para lavagem adequada.

Fazer a higiene íntima com vinagre é um método seguro e eficaz? Por quê?

Mito. O uso do vinagre não é um método seguro, ele não deve ser realizado indiscriminadamente, apenas com indicação médica dependendo do tipo de patologia que a mulher apresenta.

É verdade que usar calcinhas de algodão é mais indicado para a higiene íntima da mulher? Por quê?

Verdade.  Porque esse tipo de tecido permite a livre circulação de ar na região, não abafando. Tecidos sintéticos podem deixar a região mais abafada, e com isso causar mais infecções genitais. Portanto, o melhor tipo de lingerie para o dia a dia é a calcinha de algodão, e deixar os de outros tecidos para alguma situação mais especial.

É verdade que usar lenços umedecidos é prejudicial para a higiene íntima da mulher?

Verdade. O lenço umedecido pode ser utilizado em situações de exceção, como quando a mulher está fora de casa, em um ambiente de trabalho ou fazendo uma viagem de avião e está no período menstrual, por exemplo, e quer fazer uma higienização rápida. Porém, ele não deve ser utilizado todos os dias porque podem causar ressecamento da região, atrapalhando a acidez do local e também tirando a barreira protetora.

Fazer a higiene íntima com bicarbonato é um método seguro e eficaz? Por quê?

Verdade. A lavagem com bicarbonato também deve ser feita com indicação médica. É muito utilizado em alguns casos de vulvovaginites, porém também precisa ser feita com indicação médica, pois nem todas mulheres devem realizar isso com frequência, pois invés de ajudar pode acabar atrapalhando, dependendo do tipo de infecção vigente.

Dra. Erica Mantelliginecologista, obstetra e especialista em saúde sexual - Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Pós-graduada em disciplinas como Medicina Legal e Perícias Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), e Sexologia/Sexualidade Humana. É formada também em Programação Neolinguística, por Mateusz Grzesiak (Elsever Institute).