“POR QUE EU MANDEI” JÁ NÃO É JUSTIFICATIVA PARA CONQUISTAR A OBEDIÊNCIA DOS FILHOS

Livro reforça a importância da rotina e do afeto que a envolve relação entre pais e filhos

A vida é feita de desafios diários e a tendência é sempre querer ser e fazer o melhor. E isso acaba sendo algo, ainda que inconsciente em alguns casos, que os pais passam a exigir dos filhos. Pode haver problemas quando este ciclo é potencializado. E é nisso que está focado o livro Josefino e o uso da rotina na busca de afeto e atenção parental (R$ 33.00), da psicóloga Ellen Senra. Publicada pela Sinopsys Editora, a obra nos propõe reflexões quanto às cobranças e pressões que os adultos colocam sobre as crianças e como é importante demonstrar carinho e afeto a quem amamos.

A autora que é especialista em Terapia Cognitivo Comportamental, leva o leitor, por meio de uma linguagem acessível e didática para o mundo de Josefino e o uso da rorina na busca de afeto e atenção parental. O personagem passa por dilemas típicos de crianças, como a resistência ao banho e as práticas higiênicas básicas. Ao longo da história, Senra procura guiar os pais para a delimitação de limites e incentivo aos seus filhos a comportamentos sociais e higiênicos.

Dessa forma, as crianças aprendem a estabelecer um convívio saudável em comunidade. Além disso, autora reforça a importância dos pais dividirem e se dedicarem a momentos cotidianos com seus filhos, como a hora do banho.

DE ONDE VEM TANTA RESISTÊNCIA?

Mas, de onde vem essa resistência que crianças e adolescentes passam a impor aos pais? Segundo Ellen, essa rebeldia se instala porque eles começam a compreender que possuem vontade e opinião próprias e não querem mais se designar a simplesmente aceitar as ordens X ou Y, querem também expor seus pontos de vista e lutar por eles. 

E o banho se torna um instrumento forte de resistência por se tratar de um ritual de limpeza. “Geralmente ele é exigido em momentos inoportunos como, por exemplo, quando a criança está no meio de uma brincadeira, quando acorda para ir à escola ou até mesmo quando chega exausto de algum lugar com os pais, o que os faz tentar evitar esse momento ao máximo”, diz a terapeuta.

A alternativa, continua Ellen, é buscar o diálogo, sempre, além de dar atenção e tratar o filho como ser humano que merece uma explicação sobre o porquê precisa fazer algo ou desempenhar determinada tarefa. “Sei que não foi essa a criação que tivemos, mas precisamos entender que estamos lidando com crianças e adolescentes com acesso a informações que nós não tínhamos na nossa época, o que nos levava a aceitar a famosa desculpa ‘porque eu mandei!’ com certa naturalidade.