A PERGUNTINHA DE FLAVINHA VIROU UMA OPORTUNIDADE?

Quando o equilíbrio entre o mundo real e o imaginário constrói a base sólida para uma vida encarada com maturidade

Era um domingo de sol! Flavinha estava com os pais na cidade de Dois Irmãos/RS. Havia uma pracinha no Centro com uma série de brinquedos e seus pais gostavam de ter contato com a natureza.

Aquela família tinha uma regra desde que Flavinha nasceu: nada de celular ou tecnologia em excesso. Primeiro o relacionamento humano e a conexão com a natureza!

Em casa faziam todo o esforço para sempre conversarem, se relacionando profundamente e dando o entendimento a Flavinha de que aquele amor estava em todos os lugares de sua vida, pois sabiam da importância da autoestima nessa construção.

A mãe de Flavinha era psicóloga e o pai profissional liberal, advogado. Eram pessoas que estavam sempre em contato com o mundo real e com o imaginário e sabiam muito bem o que queriam para sua filha.

Antes de ficarem "grávidos" conversaram muito sobre esse momento e sobre as responsabilidades que envolveriam a vida de uma pessoa sob sua guarda. Eram pais preparados para serem o melhor de si, transferindo a sua filha o que tinham de mais precioso: o amor.

Suas vidas tinham sido de muito aprendizado e, tanto um quanto o outro, já tinham passado por muitas dificuldades e complicações. Em parte em função da falta de maturidade da época e em parte porque entendiam que erros e acertos faziam parte de um processo de aprendizado.

Não vinham de caminhos fáceis ou de dependências que ofuscavam a visão real do mundo. Como estavam em contato com o melhor e o pior das pessoas, procuraram, com sabedoria, aprender com os erros e acertos dos outros, sem a necessidade de passar por situações desnecessárias que só serviam para perder tempo.

Tinham em mente, com clareza, de que Flavinha seria o melhor dela mesma, sem interferência direta dos dois. Seu maior desejo era de que ela fosse feliz quando tivesse a possibilidade de escolher seus caminhos e possibilidades.

Eram criticados por familiares e amigos que acompanhavam o crescimento de Flavinha, agora com 6 anos, pois permitiam que a filha cometesse erros. Os amigos diziam que precisavam chamar a atenção dela senão nada seria bom.

Eles sempre se posicionavam de forma coerente com todos, dizendo:

- Os filhos são do mundo e não nossos. Precisamos prepará-los para tomar decisões por si mesmos!

As discussões sempre rodeavam sobre esse assunto. Mas uma situação particular chamava atenção naquela relação: Flavinha dificilmente chorava quando se machucava e dizia sempre, depois de cada tombo:

- Aprendi um jeito de não fazer errado! Vou tentar de novo!

Os filhos da maioria corriam ao colo de suas mães ou pediam socorro a seus pais, como se estivessem perdidos naquela situação. Mas, Flavinha não! Ela contava uma historinha para os amiguinhos

- Sabe, gente! Quando eu chego em casa eu converso com meus pais! Conto para eles que caí, levantei e que doeu meu joelho. Eles me abraçam, dizem que me amam e me perguntam:

- O que você aprendeu hoje, Flavinha?

- Eu me sinto amada e sei que posso errar para aprender. Mas tem momento difícil, sim! Quando eu erro muito, tipo, quebro o vidro do vizinho, meus pais sempre me perguntam:

- E se fosse do seu quarto Flavinha? Você iria gostar?

- Claro que não! Sabe gente, aprendi que se eu respeitar os outros, eles me respeitam! Já chorei muito, mas meus pais sempre me deram amor! Sou feliz!

O tempo passou e Flavinha estava fazendo 15 anos. Já era uma adolescente bonita, segura e muito inteligente. Estudava e lia o que podia. Tinha uma curiosidade além do normal e sua criatividade estava tão à "flor da pele" que enxergava oportunidades em todos os cantos.

Era muito querida na escola e com os amigos. Gostava de escutar mais do que falar. Aprendia com tudo! Um assunto a estava incomodando: sempre ouvia queixas dos colegas de que não tinham atenção dos pais. Aquela situação fazia seu coração doer!

Ela observava vários de seus amigos entrarem no mundo das drogas, fazerem de tudo para chamar a atenção. Alguns estavam com a raiva à "flor da pele" e sempre arranjavam uma confusão. Na sua mente, ela sabia respeitar todos e queria ajudar.

Era uma sexta-feira à noite, a semana estava acabando e a família se reunia para jantar e trocar informações sobre a semana. A mãe fez um jantar delicioso e o pai comprou o suco que Flavinha mais gostava: de tangerina!

- Sabe, mãe! Sabe, pai! Preciso da ajuda de vocês!

- O que precisas minha filha? -  disse o pai.

- Preciso que vocês me expliquem como me educaram!

- Por quê Flavinha?

- Porque estou percebendo que muitos pais deveriam estar na escola para aprender a educar seus filhos. Fico muito triste com o que escuto dos meus colegas. Vocês me ensinam? Acho que quero abrir uma escola de pais!

Os dois se entreolharam e disseram a Flavinha:

- Filha! Ficamos felizes com a tua ideia! Muito Show! Pesquisa tudo o que você encontrar sobre o assunto e daí conversamos com mais conteúdo, certo?

A filha estava exultante! Ela sabia que seus pais iriam apoiar! E também sabia que viria um desafio pela frente! Ela amava desafios!

César Silva é Mentor de Negócios, Consultor, Professor, Palestrante e Escritor - CEO @cesarsilvasimplesmente Nosso propósito é inspirar estratégias com criatividade, possibilitando a liderança com autonomia em rumos disruptivos, viabilizando caminhos exponenciais sustentáveis com confiança e amor!