12 DE MARÇO É DIA DO BIBLIOTECÁRIO

Conversamos com a bibliotecária Maria Denise Konarzewski sobre seu trabalho de dedicação e conquista diária de leitores

Já deve ter acontecido com qualquer um de nós, pelo menos em sua vida escolar, em algum momento, você teve contato com um bibliotecário. Alguém que garimpa e seleciona obras especiais para estimular ou fomentar um dos hábitos mais importantes e saudáveis que podemos ter: a leitura.  Esse profissional é fundamental na orientação para as descobertas, pesquisas, para o crescimento de cada um que tem nos livros ferramentas para a evolução.

Por isso, hoje, data em que se comemora o Dia do Bibliotecário, o Temas Preferidos homenageia esses profissionais na figura de uma dedicada leitora. A bibliotecária Maria Denise Konarzewski atua na Biblioteca Pública Machado de Assis, em Novo Hamburgo/RS, há 28 anos. São quase três décadas de um trabalho pontuado por uma paixão que nasceu na infância, alimentada por ávidos leitores, os pais, que sempre tinham livros em casa. O dia 12 de março é a data em que nasceu o primeiro bibliotecário concursado do Brasil, Manuel Bastos Tigre. Para exercer a profissão, é preciso ser bacharel em Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação ou Gestão da Informação.

O EXEMPLO QUE VEM DE CASA
 "Minha mãe frequentava um curso de inglês que tinha biblioteca, e uma vez a cada 15 dias ela ia lá somente para trocar livros. Eu esperava esse dia com ansiedade, pois era o dia em que eu podia ir junto. Também frequentávamos a Feira do Livro de Porto Alegre, o que era uma festa. Enfim, sempre fui estimulada para a leitura, e agora acho indispensável", relata.

Assim, era natural que o prazer em estar em uma biblioteca fosse algo cada vez mais presente em sua vida. Mas, também, com o passar dos anos, Denise entendeu que trabalhando em uma biblioteca, poderia fazer parte do crescimento das pessoas através da leitura, fosse para estudo, uma simples informação ou lazer.
Hoje, ao analisar seu trabalho e a missão que escolheu cumprir, ela reconhece que o maior desafio é a competição com e-books e a internet.

E no que se refere à atuação em setor público e privado, ela recorda que sua experiência em setor privado foi em uma biblioteca universitária, totalmente diferente de uma pública. "Na universitária privada a compra de livros era liberada de acordo com a necessidade de professores e alunos, a biblioteca era muito frequentada por necessidade de leituras obrigatórias e trabalhos acadêmicos, a cobrança de livros atrasados era vinculada à matricula do próximo semestre, então quase não haviam livros não devolvidos", conta. Na pública, ressalta Denise, há muitos leitores que procuram livros para o lazer (não que não haja a busca por obras para trabalhos escolares), mas há muito mais possibilidade de fazer atividades voltadas à comunidade.

ATIVIDADES QUE ATRAIAM O LEITOR
Outro aspecto reconhecido pela bibliotecária é que a procura por livros tem diminuído, mas isso se verifica mais no que se refere a livros técnicos e didáticos. A literatura continua sendo procurada, pondera Denise e há quem afirme não gostar de ler em computadores, telefones ou tablets, inclusive leitores mais jovens. "As pessoas que gostam de ler procuram naturalmente a biblioteca, mas pra atrair aquele público que, às vezes, nem conhece uma biblioteca, acho que deveremos proporcionar vários tipos de atividades que envolvam a leitura", diz Denise. 

Ela também considera importante conversar com o leitor, principalmente o iniciante, para que se sinta acolhido, indicar livros que ele goste e torne a procurar a biblioteca. "Mas, eu ainda sonho com uma biblioteca como um centro cultural, onde existam espaços para atividades envolvendo leitura, pesquisa, música, teatro, dança, arte e, claro, uma cafeteria para acompanhar tudo isso", afirma a leitora apaixonada por biografias, livros históricos, literatura brasileira e latino-americana. E você, já deu uma passadinha ne biblioteca hoje? Temos certeza de que haverá um bibliotecário pronto pra lhe ajudar!